O projeto Governança e Infraestrutura da Amazônia é liderado pelo Programa de Conservação e Desenvolvimento Tropical da Universidade da Flórida e é uma iniciativa que visa criar, fortalecer e expandir uma Comunidade de Prática e Aprendizagem (CoP-A) para troca de experiências e reflexão sobre o uso de ferramentas e estratégias para governança de infraestrutura por profissionais de conservação e desenvolvimento na Amazônia.
Nesta 6ª edição do boletim informativo do GIA, apresentamos como nossa CoP-A funciona para criar novos e fortalecer antigos espaços de aprendizagem coletiva entre os participantes. Em seguida, compartilhamos eventos e notícias relacionadas à governança, conservação e infraestrutura na Amazônia. Boa leitura!
Compreendendo nossa Comunidade de Prática e Aprendizagem (CoP-A)
As atividades de troca de conhecimento e experiências são importantes para o objetivo do GIA de consolidar uma Comunidade de Prática e Aprendizagem (CoP-A) em torno da governança de infraestrutura. Entendemos a CoP-A como redes de atores que interagem regularmente e aprendem juntos por meio da troca de experiências, habilidades e abordagens para melhorar suas práticas. Essas interações permitem aprendizagem social, que leva a geração de conhecimentos que pode ser aplicado pelos participantes da CoP-A para melhorar os resultados da governança da infraestrutura.
O GIA visa criar novos e fortalecer antigos espaços de aprendizagem coletiva entre os participantes, para consolidar conhecimento e a colaboração. As atividades junto aos e entre mosaicos permitem que os participantes aprendam sobre o que os outros estão fazendo, monitorem mudanças e capacite outros, isso em um espaço que facilita reflexão pessoal e coletiva.
O significado de “Comunidade de Prática e Aprendizagem” foi co-criado com os parceiros do GIA, com base nas suas prática e experiência, durante os workshops nos mosaicos focais, em 2019. Os grupos criaram nuvens de palavras que foram colocadas em grandes painéis (bandeirões) para representar a identidade emergente de cada CoP-A. Esses eventos prepararam o terreno para que a aprendizagem social ocorresse ao longo da vida do projeto GIA.
Com base neste entendimento, uma das atividades do GIA é documentar como seus parceiros trocam e aplicam conhecimentos para melhorar os resultados de governança da infraestrutura, ao mesmo tempo que consolidam a CoP-A do projeto. Para saber mais sobre nossa visão conceitual e teoria da mudança, acesse esse documento aqui.
Monitorando e avaliando o Projeto GIA
No projeto GIA, usamos processos amplamente utilizados de monitoramento e avaliação para avaliar o progresso e documentar a consolidação e as mudanças da CoP-A do GIA. Para esse fim, e em sintonia com a teoria de mudança do GIA, definimos indicadores e métodos, considerando os resultados esperados do projeto e das suas atividades (Tabela 1).
Os indicadores criados são avaliados por meio de métodos qualitativos e quantitativosadaptados ao tipo de atividade específicas implementada pelo GIA. Por exemplo, para workshops e outras atividades de capacitação, usamos questionários pré e pós para reunir informações dos participantes sobre mudanças nas habilidades e compreensões antes e depois dos eventos. Além de documentar as mudanças, os resultados do monitoramento auxiliam a equipe do GIA a reconhecer os avanços e deficiências do projeto e apoiar sua gestão adaptativa por meio dos ajustes necessários.
Gostaríamos de compartilhar um exemplo de como monitoramos uma importante atividade do GIA deste ano: O Webinário Pan-Amazônico, apresentado pelo coordenador do projeto do GIA, Dr. Robert Buschbacher, sobre a “Avaliação Preliminar de Estratégias de Conservação para Governança de Infraestrutura na Amazônia”. Confira aqui.
Saiba mais sobre notícias e eventos que estão acontecendo nos mosaicos regionais do GIA!
Represa Tabajara: a hidrelétrica da vez
Refletindo sobre suas pesquisas e ações em Rondônia por mais de uma década, Neiva Araújo e Luis Fernando Novoa Garzón (Universidade Federal de Rondônia – UNIR) publicaram recentemente o artigo “Neoextrativismo e projetos hidrelétricos em Rondônia: desdobramentos territoriais e seu significado político-institucional”, na revista Antropolítica. O texto traz análises do Estudo de Impacto Ambiental e do Relatório de Impacto Ambiental da UHE Tabajara, de processos que tramitam no judiciário rondoniense envolvendo o Complexo do Madeira, relatos de populações afetadas, ou seja, elementos-chave para compreender o papel dos atores envolvidos nesses processos. As análises indicam que impactos de outros empreendimentos podem se repetir com a UHE Tabajara.
O artigo está disponível aqui. Ficou com alguma dúvida? Acompanhe as atividades do Grupo de Pesquisa Direito, Território & Amazônia no site (www.diterra.unir.br), Instagram (@diterra.unir) ou envie e-mail para diterra@unir.br.
Novo documentário sobre os direitos indígenas e o futuro da Amazônia
Voices on the Road é um documentário de 23 minutos que acompanha a construção de uma estrada que está destruindo silenciosamente uma floresta protegida nas profundezas da remota Amazônia Peruana, causando conflito, medo e desmatamento em grande escala. A estrada atravessa um Patrimônio Mundial da UNESCO, a Reserva da Biosfera de Manu, na selva do sudeste do Peru. Os cientistas preveem que a estrada causará mais de 40.000 hectares de desmatamento até 2040, uma área equivalente ao tamanho combinado de Edimburgo e Glasgow. A equipe feminina de filmagem, por trás do documentário, passou 40 dias visitando e convivendo com comunidades indígenas na selva remota. Elas realizaram mais de 50 entrevistas e gravaram histórias pessoais íntimas enquanto as comunidades nativas lutavam para proteger sua terra e cultura, sentindo-se ignoradas e esquecidas pelo Estado. Elas descobriram histórias de corrupção, exploração e uma próspera economia de mercado negro. O governo peruano declarou a construção de estradas na região amazônica uma ‘prioridade nacional’ e está investindo milhões na construção e melhorias de infraestrutura. Manu está à beira de mudar para sempre – sua diversa herança natural e cultural sobreviverá? Confira no documentário aqui.
Créditos das fotos: Arquivo do Documentário Voices on the Road.
Por meio do documentário, as produtoras estão trabalhando para entender e apoiar as ações necessárias para enfrentar as injustiças sociais e ambientais que estão ocorrendo na Reserva da Biosfera de Manu, no Peru.
Com o apoio da UICN NL e da The Otter Foundation, as produtoras estão desenvolvendo uma Campanha de Impacto que visa explorar as questões destacadas no documentário e reunir uma gama diversificada de organizações e comunidades para aprender, colaborar e agir.
Envolva-se com a Campanha de Impacto aqui.